Fora estupradores do CRUSP!
No último período, diversos casos de assédio e violência sexual foram denunciados por moradoras do CRUSP, pela expulsão dos estupradores e abusadores da moradia. Infelizmente, desde o começo, a Universidade de São Paulo tem se recusado a avançar nas políticas de combate à violência de gênero. A burocracia universitária atua com passividade e concilia com os abusos quando diz que não pode expulsar os estupradores, pois todos tem o direito ao estudo. Todos menos as vitimas, ao que parece…
Esses fatos não são isolados e no Brasil afora os parlamentares da direita fascista também atacam os direitos das mulheres, como na proposição do PL 1904, que iria criminalizar a possibilidade de mulheres e crianças vítimas de estupro abortarem. Foi só com grandes manifestações nas ruas de todo o Brasil e muita pressão social que esse Projeto de Lei foi retirado de pauta, uma vitória do povo e derrota dos fascistas!
No CRUSP, a resposta não poderia ser diferente e com os diversos casos de violência e inércia dos burocratas da PRIP/USP, os cruspianos junto da AMORCRUSP realizaram manifestações em frente ao Bloco K exigindo um protocolo de acolhimento das vítimas e expulsão dos estupradores. Em um desses atos, no dia 26/09, conseguimos uma negociação e a AMORCRUSP colocou as reivindicações do movimento. No entanto, a PRIP/USP recusou continuar a reunião porque não queriam ouvir o protesto pacífico ao lado de fora!
Por que incomoda tanto aos burocratas ouvir os moradores protestando pela expulsão dos estupradores e contra a violência?
Depois de semanas em protestos e acolhimentos realizados pela própria Associação de Moradores - já que a PRIP/USP se nega a cumprir seu papel, deixando tudo nas costas das estudantes, foi organizado um movimento em defesa de uma Sala Lilás, espaço de acolhimento e organização das pessoas vítimas de violência de gênero na USP. Esse movimento levado a frente pelo Movimento de Mulheres Olga Benário e apoiado pela AMORCRUSP, ocupou um galpão abandonado da POLI (há anos sem função social) para funcionar a Sala Lilás Janaína Bezerra Vive!, de maneira independente da burocracia universitária.
A revolta das moradoras deve ser organizada contra aqueles que pouco ou nada fazem pela nossa permanência. Afinal, toda essa história prova que da reitoria e do atual poder político, o que podemos esperar é ataques ou indiferença; resta a nós nos organizarmos e lutarmos nós mesmas pelos nossos direitos.